Nunca houve jogador de futebol tão repugnante quanto Cristiano Ronaldo No jogo de ontem ele não viu a bola, na derrota de Portugal para a Alemanha, máquina de eficiência, por 4 a 0, poderia ter sido muito mais. Não foi culpa do CR7. Seu time foi atropelado em falhas de João Pereira (fez pênalti estúpido), Pepe (não pulou para impedir cabeçada), Bruno Alves (não se livrou da bola à sua frente) e Rui Patrício (deu rebote bobo) Cristiano Ronaldo, contudo, esteve em campo como sempre se sentiu: sozinho. Ele subverte a nobre ideia do futebol como pacto coletivo. Representa o paroxismo narcísico dos nossos tempos. Retrata o mundo, assim como o futebol nos espelha. Patético, o capitão português arrancou a faixa do braço no terceiro gol. Talvez tenha sido um incômodo físico. Porém, mais que dar piti, sugeriu julgar que o vexame não é dele, mas dos companheiros. É, velho Sartre, o inferno são sempre os outros.
Egoísta, egocêntrico, tudo ego, o CR7 tem direito de fazer a sobrancelha melhor que os comentaristas de TV e de depilar as pernocas. Nada contra, cada um na sua. Mas é meu direito considerar vaidade ofensiva atitudes como não comparecer a cerimônias de melhor do planeta da Fifa quando se prevê o revés _como o português já fez. Mais importante do que a bala que matou Kennedy, o CR7 não celebrou o gol salvador de Ramos no segundo tempo da decisão da Champions League. Voltou solitariamente para o meio-campo. Só porque não foi ele quem marcou pelo Real Madrid.
Ao contrário do que disse Pelé, com sua infinita capacidade de pronunciar asneiras, Cristiano Ronaldo joga muito. É cracaço, o que me contraria ainda mais. Porém, não tem espírito de equipe. Ele sofreu nesta segunda-feira pelo insucesso pessoal, e não da sua seleção.
O CR7 é mais metido que dedo em nariz de piá. Na etapa inicial, só deu Alemanha. Cristiano Ronaldo ficou só. Aos 12 min, Müller converteu pênalti infantil cometido por João Pereira em Mario Götze. Aos 32 min, em cobrança de escanteio, Pepe ficou no chão e Hummels ampliou de cabeça. Quatro minutos depois, Pepe, estúpido como tantas vezes, foi expulso ao agredir Müller. Müller anotou o terceiro do seu time aos 46 mim, quando Bruno Alves vacilou ao não chutar a bola à sua disposição. Sem nenhum atacante puro-sangue, a Alemanha escalou um meio-ataque com Lahm, Kross, Özil, Khedira, Müller e Götze. Boateng, ágil, foi deslocado da zaga para a lateral-direita, com a missão (bem-sucedida) de marcar o CR7. Lahm atuou de volante, como Guardiola o posiciona no Bayern de Munique.
No segundo tempo, tudo como dantes, embora os alemães, com um a mais, tenham se empenhado pouco. Aos 33 min, o goleiro Rui Patrício não segurou a bola, e Müller fez seu gol número 3, e 4 a 0 Alemanha. É o artilheiro da Copa que não admitiu empates em 12 partidas e que consagra a Fonte Nova como o estádio das goleadas (antes recebeu Holanda 5 x 1 Espanha). Eu esperava muito mais de Portugal. Cristiano Ronaldo penteou a bola como penteia o cabelo, e nada conseguiu. Chegou a ter um chiliquito, reclamando de pênalti não marcado. Cobrou falta e acertou a barreira _nos acréscimos, bateu uma com bomba que Neuer salvou. É mesmo craque, mas um tipo nojento.
Neymar e Messi estrearam na Copa com muita vantagem sobre o CR7